Renda per capita tem recorde de R$ 2.020 em 2024, e desigualdade cai a piso histórico, aponta IBGE
ECONOMIA: Renda média real domiciliar per capita da metade mais pobre da população subiu 8,52% no ano passado; apesar da melhora, cerca de 108,5 milhões de brasileiros sobreviveram com apenas R$ 23,77 por dia em 2024
16/05/2025 13:06:09

Do Portal de Notícias www.estadao.com.b
A desigualdade de renda no Brasil desceu a um piso histórico em 2024, em meio ao mercado de trabalho aquecido e à manutenção de programas sociais pelo governo. O rendimento mensal real domiciliar per capita subiu a um recorde de R$ 2.020, alta de 4,7% em relação a 2023. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) - Rendimento de todas as fontes, divulgada nesta quinta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A renda média real domiciliar per capita da metade mais pobre da população brasileira subiu 8,52% em 2024 ante 2023, para R$ 713 mensais, maior patamar da série histórica iniciada em 2012. Apesar da melhora, o resultado significa que cerca de 108,5 milhões de brasileiros sobreviveram com apenas R$ 23,77 por dia no ano passado.
Se considerados os 5% mais pobres no País, havia 10,9 milhões de pessoas que contavam com R$ 154 por mês por pessoa da família, valor também recorde para essa fatia da população, embora ainda somente R$ 5,13 por dia. Apesar de baixo, o resultado significou um salto de 17,6% em relação a 2023.
No extremo oposto, o grupo que reúne o 1% mais rico da população, o equivalente a 2,2 milhões de pessoas, teve renda per capita de R$ 21.767, uma ligeira alta de 0,9% em relação a 2023.
Em 2024, a massa de rendimento mensal domiciliar per capita de todas as fontes totalizou um recorde de R$ 438,3 bilhões, aumento de 5,4% ante 2023. Em relação a 2019, no pré-pandemia de covid-19, a alta foi de 15,0%. O Sudeste concentrou quase metade da massa de renda, 49,6%, R$ 217,4 bilhões. O Sul detinha R$ 77,3 bilhões; Nordeste, R$ 76,9 bilhões; Centro-Oeste, R$ 40,0 bilhões; e o Norte, R$ 26,7 bilhões.
Houve ainda redução de concentração da massa de renda nas mãos dos mais ricos em relação a 2023. Porém, os 10% da população com maiores rendimentos ainda abocanhavam 39,8% de toda a massa de renda do País, fatia superior à dos 70% da população mais pobre (cuja participação somada na massa era de 33,3%). O grupo de 10% mais pobres tinha uma fatia de apenas 1,2% da massa de renda.